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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

COLHEITA , RENDIMENTO E GLOSSARIO


Colheita


As pimentas apresentam diferentes pontos de colheita, de acordo com cada tipo, região de cultivo e época do ano. O ciclo da cultura e o período de colheita são afetados diretamente pelas condições climáticas e pelos tratos culturais, como adubação, irrigação, incidência de pragas e doenças, e a adoção de medidas de controle fitossanitário. De uma maneira geral, as primeiras colheitas são feitas a partir de 90 dias após a semeadura para as pimentas mais precoces, como a ‘Murupi’, e após 120 dias para as mais tardias. O ponto de colheita ideal das pimentas é determinado visualmente, quando os frutos atingem o tamanho máximo de crescimento e o formato típico de cada espécie, com a cor específica demandada pelo mercado: verde para a pimenta ‘Cambuci’; vermelho para a ‘Malagueta’; amarela ou vermelha para a pimenta ‘Bode’; verde-claro para a ‘De Cheiro’; amarela para a ‘Cumari do Pará’; e amarelo-claro para a ‘Murupi’.
As pimentas são mais difíceis de serem colhidas quando comparadas com pimentão devido ao menor tamanho dos frutos e a arquitetura da planta, principalmente aquelas de menor porte e com maior número de galhos. Para efetuar a colheita das pimentas com plantas de porte mais baixo, como a ‘Cumari do Pará’ e ‘Malagueta’, é necessário que os apanhadores fiquem agachados ou curvados, enquanto para aquelas pimentas com plantas mais altas, como a ‘Bode’, é possível fazer a colheita em pé, em uma posição mais confortável. A posição dos frutos das pimentas, seu tamanho e a resistência do pedúnculo também interferem na velocidade da colheita. As pimentas ‘Bode’ e ‘Dedo-de-Moça’ possuem frutos maiores e são mais fáceis de apanhar, sendo possível colher até 60kg/dia/operário, enquanto as pimentas ‘Malagueta’ e ‘Cumari do Pará’ possuem frutos menores, o que reduz a velocidade da colheita (aproximadamente 10kg/dia/operário).
As pimentas são colhidas manualmente, arrancando-se os frutos das plantas com ou sem os pedúnculos, dependendo do tipo de pimenta e o uso do produto. Cada colhedor utiliza um recipiente pequeno, como uma lata, prato ou bolsa para recolher os frutos das plantas. Um recipiente adequado para a colheita das pimentas pode ser feito a partir de garrafas plásticas de refrigerante de 2L do tipo ‘PET’, cortando-se o terço superior da garrafa e colocando-se um cordão em duas extremidades laterais para pendurar no pescoço. Além de ser um recipiente barato e fácil de ser feito, o operário fica com as duas mãos livres para executar a colheita, sendo possível segurar os ramos e destacar os frutos sem quebrar a planta. Depois de cheios, estes recipientes são vertidos em baldes ou latas maiores (5-10L) ou então em caixas localizadas estrategicamente próximas do local de colheita.
Quando as pimentas são destinadas especificamente para a indústria de conservas e molhos, podem ser apanhadas sem o pedúnculo diretamente no campo. Para aquelas pimentas com maior resistência do pedúnculo, como a ‘Bode’ e a ‘Dedo de Moça’, às vezes é necessária uma operação adicional no galpão de beneficiamento para retirar completamente o pedúnculo dos frutos destinados para conservas. As pimentas mais picantes (‘ardidas’), como a ‘Malagueta’, causam irritação e até queimaduras na pele das mãos dos colhedores devido aos teores mais elevados de capsaicina, o composto químico responsável pela ardência nas pimentas. Pessoas com pele muito sensível devem utilizar luvas ou outro material de proteção na colheita, embora causem desconforto pelo suor e dificultem a operação. Existem indicações de alguns produtos que podem aliviar as queimaduras e irritação causadas pela capsaicina, como álcool, água sanitária, água ou leite quentes. Aparentemente, a melhor indicação para reduzir os efeitos negativos das pimentas mais ardidas ou picantes é usar óleos vegetais (soja, canola, girassol), azeite de oliva, banha, manteiga ou margarina ou outros produtos a base de gordura, por que a capsaicina é uma substância lipossolúvel, ou seja, solúvel em óleo e outros tipos de gorduras. Este tratamento não elimina completamente o desconforto das queimaduras, mas pode reduzir parcialmente a concentração do composto das mãos. Os colhedores devem sempre se lembrar de não se coçarem ou tocar partes sensíveis do corpo, como olhos e boca, enquanto executam a colheita por conta das queimaduras e pela irritação causadas pelas pimentas, principalmente pela exposição contínua.
O horário ideal para a colheita das pimentas é nas horas menos quentes do dia, no início da manhã e no final da tarde. Quando não é possível colher tudo nestes dois períodos, deve-se armazenar os frutos colhidos sempre a sombra, em local arejado e fresco. A exposição direta ao sol aumenta a respiração e a perda de água, resultando em murcha e deterioração dos frutos. Deve-se também evitar a colheita de frutos molhados pela chuva ou orvalho porque tendem a apodrecer mais rapidamente durante o transporte e a comercialização. Restos de folhas e galhos também devem ser eliminados porque podem tendem a fermentar rapidamente, principalmente quando molhados ou úmidos, e assim aumentar a temperatura no interior das embalagens e reduzir a durabilidade pós-colheita dos frutos.
À medida que baldes, caixas e sacos com as pimentas no campo vão ficando cheios, devem ser transportados até pequenos galpões ou sob a sombra de árvores nas margens da plantação. Estes galpões podem ser construídos de modo simples, com uma cobertura de plástico preto recoberto com capim ou folhas de palmeira, servindo para proteger as pimentas do sol direto e da chuva. Posteriormente, os frutos são acondicionados em sacos plásticos grandes (30kg) ou caixas plásticas ou de madeira (15kg), ou outro tipo de embalagem demandado pelo mercado. Para as pimentas destinadas para a indústria de molhos e conservas, é possível retirar os pedúnculos dos frutos em galpões ao lado da lavoura e armazenar as pimentas diretamente em recipientes plásticos de 50L (‘bombas’ ou ‘bombonas’) com a calda apropriada, feita a base de vinagre ou outro tipo de álcool e sal. Este processo reduz problemas de conservação pós-colheita dos frutos de pimenta colhidos mantidos in natura.
Seleção e Classificação
Ainda não existe nenhuma norma oficial de classificação e padronização para as pimentas no Brasil. Praticamente todas as operações usuais de beneficiamento são feitas a campo e executadas simultaneamente pelos colhedores. As pimentas para comercialização in natura do tipo ‘Dedo-de-Moça’ devem ser colhidas sempre com o pedúnculo porque melhora a aparência e os frutos tendem a se conservar melhor, o que não se aplica àquelas pimentas que possuem frutos que se destacam facilmente da planta, como ‘Cumari do Pará’, ‘Malagueta’ e ‘Cumari Vermelha (= ‘Passarinho’). Na medida do possível, o colhedor deve eliminar os frutos doentes, brocados, murchos, passados, desuniformes e mal-formados e selecionar na planta somente aqueles bem desenvolvidos e de coloração típica de cada tipo de pimenta. Para aquelas pimentas com frutos pequenos, deve-se tomar cuidado para não colher ramos inteiros com as folhas, evitando-se o contato com o solo para não sujar e contaminar os frutos. Depois de colhidas, pimentas de frutos pequenos, como ‘Cumari’, ‘Bode’ e ‘Malagueta’, devem ser manipuladas com cuidado para evitar danos mecânicos aos frutos, como cortes, abrasões e outros tipos de ferimentos.
Embalagens para Pimentas in natura

São usadas diferentes embalagens para a comercialização de pimentas no Brasil, de acordo com o tamanho e tipo de fruto, região e demanda do mercado. Na CEASA de Goiânia-GO, as pimentas ‘Cumari do Pará’, ‘Malagueta’, ‘Bode Vermelha’, ‘Bode Amarela’ e ‘De Cheiro’ são acondicionadas em sacos plásticos grandes de 30kg. Na CEAGESP em São Paulo-SP, as pimentas com frutos maiores, como ‘Cambuci’, ‘Dedo-de-Moça’ e pimenta doce do tipo americana, são comercializadas em caixas plásticas ou de madeira do tipo ‘K’ (12-15kg); as pimentas com frutos menores, como ‘Malagueta’ e ‘Cumari do Pará’ também são acondicionadas em caixas de papelão (1-2kg) e sacos plásticos (1, 2, 5 ou 10kg). Em todos os mercados atacadistas, as pimentas também são comercializadas em quantidades menores, utilizando-se como unidade copos de vidro ou latas de 250 a 1000ml de capacidade, de acordo com a demanda do cliente.
No varejo, as pimentas são comercializadas de diferentes formas, sendo a mais comum a granel, e os consumidores selecionam manualmente a qualidade e a quantidade a ser comprada. Nas feiras-livres e mercados menores, a medida adotada é um copo de vidro ou lata (250-300ml), sendo possível mesclar diferentes tipos de pimentas por um mesmo preço. Em supermercados e sacolões, as pimentas também são comercializadas em sacos plásticos perfurados de 50g do produto ao preço aproximado de R$ 1,00 (em Brasília, nov/2003), bandejas de isopor recobertas com filmes de PVC com 50-100g e caixinhas do tipo PET de 250ml de capacidade. As embalagens com filmes ou sacos plásticos são as melhores opções de venda porque reduzem a perda de matéria fresca e mantêm a coloração do pedúnculo e dos frutos por um período de tempo maior, principalmente quando mantidas sob refrigeração.
Conservação Pós-Colheita

Não existem informações disponíveis sobre a temperatura ideal de armazenamento para cada um dos tipos de pimenta cultivados no Brasil. As pimentas são frutos tropicais e por esta razão as temperaturas entre 7oC e 12oC são as mais indicadas para reduzir a respiração e outros processos fisiológicos. Os maiores problemas das pimentas destinadas ao consumo in natura são a rápida perda de água dos frutos, que resulta em murchamento, e a descoloração do pedúnculo, que perde sua coloração verde característica. Estes dois problemas reduzem o valor de mercado do produto e podem ser motivos de descarte na comercialização. O armazenamento em temperaturas inferiores a 7oC pode causar injúria por frio (‘chilling’) nos frutos, formando lesões deprimidas. Para evitar a perda acentuada de água, é recomendável deixar os frutos com o pedúnculo e associar a refrigeração ao uso de embalagens plásticas, que mantêm a umidade elevada. No caso de usar embalagens plásticas (sacos de polietileno, filme de PVC ou caixinha tipo PET) e comercializar as pimentas em temperatura ambiente (23-26oC), deve-se fazer alguns furos nas embalagens para evitar a condensação de água no seu interior ou sobre os frutos de pimenta. Nesta condição pode ocorrer o desenvolvimento de fungos no pedúnculo e na superfície dos frutos após 2-3 dias, e comprometer a aparência dos frutos.
Os produtos embalados devem ter uma etiqueta ou rótulo identificador com algumas informações básicas, como tipo de pimenta, data da embalagem e prazo de validade, e nome e endereço do embalador. O prazo de validade varia de acordo com o tipo de pimenta, embalagem utilizada e principalmente temperatura, sendo 5 dias para pimenta De Cheiro e Bode em sacos plásticos perfurados mantidos a 23-25oC e até 10 dias para frutos embalados em filmes de PVC mantidos a 12-15oC.. Em experimentos conduzidos na Embrapa Hortaliças, as pimentas ‘Malagueta’, ‘De Cheiro’, ‘Cumari do Pará’, ‘Bode Vermelha’, ‘Bode Amarela’ e ‘Dedo de Moça’ foram conservadas durante 30 dias a 8oC acondicionadas em bandejas de isopor envoltas por filme de PVC (>90% UR). Na Universidade Federal de Viçosa, determinou-se que a pimenta ‘Malagueta’ pode ser mantida por até 30 dias a 12oC e 90% UR
As pimentas in natura possuem um mercado relativamente pequeno quando comparadas com outras hortaliças, principalmente porque são usadas como temperos, em pequenas quantidades. Ao mesmo tempo, a demanda é relativamente constante e o mercado cativo. Por estas razões, é importante oferecer um produto de alta qualidade ao consumidor, com frutos de tamanho e coloração padronizados e isento de resíduos de agrotóxicos.



Processamento


Usos e Modos de Consumo
Os diferentes tipos de pimentas têm várias formas de preparo e modos de consumo, sendo uma das hortaliças mais versáteis para a indústria de alimentos. As pimentas doces e picantes podem ser processadas na forma de pó, flocos, picles, escabeches, molhos líquidos, conservas de frutos inteiros, geléias etc. As pimentas picantes ainda são utilizadas pela indústria farmacêutica, na composição de pomadas para artrose e artrite, no famoso emplastro Sabiá, e também pela indústria de cosméticos, na composição de xampus anti-quedas e anti-caspas. A capsaicina, substância responsável pela pungência dos frutos, pode ainda ser utilizada como arma na forma de ‘spray’de pimenta.
Os produtos do processamento de pimentas doces e picantes podem ser divididos em três tipos, de acordo com sua utilização na indústria de alimentos: (1) flavorizantes: frutos processados ainda verdes ou maduros, que dão apenas sabor e aroma ao alimento, sendo a coloração uma característica secundária; (2) corantes: sua função principal é dar cor aos produtos, como a páprica vermelha, que pode ainda ser suave ou picante; (3) pimentas picantes: usadas para a confecção de molhos em pastas (ou líquidos) ou em conservas, como os tipos ‘Malagueta’ e ‘Jalapeño’.
Desidratação
A desidratação é um dos métodos mais antigos de processamento de alimentos, e tem como vantagem a conservação de características organolépticas e dos valores energéticos dos produtos. Com a crescente preferência por parte dos consumidores por produtos naturais, os vegetais desidratados (frutos ou hortaliças) têm desempenhado um papel importante no sentido de satisfazer estas necessidades.
Entre os condimentos, o pimentão ou a pimenta doce maduros tem ganho importância na indústria de processamento de alimentos devido a presença de um concentrado de pigmentos naturais na polpa de seus frutos vermelhos e maduros. A coloração vermelha dos frutos é devida a presença de carotenóides oxigenados (xantofilas), principalmente capsorubina e capsantina, que correspondem a 65-80% da cor total dos frutos maduros. Tais pigmentos têm sido largamente utilizados como corantes em diversas linhas de produtos processados como molhos, sopas em pó de preparo instantâneo, embutidos de carne, principalmente salsicha e salame, além de corante em ração de aves.
A área cultivada no Brasil com pimenta doce para processamento industrial na forma de pó (páprica), ainda é muito pequena (cerca de 2.000 ha) e boa parte da produção é exportada. O mercado externo é extremamente exigente quanto a qualidade do produto. Para atender esta demanda é essencial a escolha de uma cultivar adequada, com polpa grossa, alto teor de pigmentos, elevado rendimento industrial e que produza um pó com grande estabilidade. Quanto ao mercado interno, o consumo de pimentão na forma desidratada basicamente restringe-se à indústria de alimentos como condimento/tempero em sopas de preparo instantâneo e em molhos, além da venda a varejo, onde é comercializada em pequenos frascos como tempero. Grande parte da população brasileira desconhece a existência e a composição da páprica e sua utilidade na culinária, mas existe um grande potencial para uma maior popularização deste condimento.
Os frutos de pimentas picantes podem ser desidratados e comercializados inteiros, em flocos com as sementes (pimenta calabresa) e em pó (páprica picante - condimento). A pimenta 'calabresa', por exemplo, é um produto do processamento de pimentas do tipo 'Dedo-de-Moça' e 'Chifre-de-Veado', também denominadas de pimentas vermelhas, que caracterizam-se pela espessura fina da polpa e a presença de um grande número de sementes. Estas características são importantes porque permitem uma desidratação mais rápida dos frutos e maior rendimento, respectivamente, interferindo na qualidade do produto final e custo de produção. O processamento consiste de duas etapas principais: a moagem e a secagem. Nas pimentas desidratadas, a coloração, a pungência e a ausência de contaminantes são especificações importantes para a comercialização. Alternativas simples e econômicas, como o uso de secadores de frutas e hortaliças de pequeno porte evitarão não só a influência de oscilações climáticas (em secagem feitas ao sol), como também a contaminação do produto por fatores externos durante a secagem natural.
Molhos e conservas
É crescente também o mercado para molhos de pimentas em conserva ou líquido, tanto para indústrias de grande porte, quanto para indústrias caseiras. Existe uma grande diversidade de tipos varietais, alguns com múltiplos usos e outros de uso mais específico. Frutos de pimenta 'Malagueta', 'De Cheiro', 'Bode Amarela', 'Bode Vermelha', 'Cumari Vermelha' e 'Cumari do Pará' são usados principalmente em conservas de frutos inteiros. As pimentas do tipo 'Jalapeño' e 'Cayenne' são utilizadas para fabricação de molhos líquidos porque têm frutos maiores, com polpas mais espessas e de coloração vermelha. Frutos verdes de pimenta 'Jalapeño' também são utilizados em conservas e em escabeches (cortados em pedaços).
As pequenas e médias indústrias processadoras de pimentas são carentes de parâmetros químicos, físicos e microbiológicos de controle de qualidade. Os principais pontos de estrangulamento são a falta de qualidade das matérias-primas utilizadas, a ausência no mercado de equipamentos adequados para a produção em pequena escala, higiene durante o processamento e a necessidade de adequação dos processos de produção de conservas, molhos e outros produtos a base de pimenta.
Para o preparo de conservas e de molhos líquidos, é importante utilizar matéria-prima de ótima qualidade e sem danos e submeter o produto ao processo de pasteurização. As conservas e os molhos devem ser armazenados ou conservados em vidros esterilizados, identificados com etiquetas com informações básicas sobre o produto, como marca comercial, tipo de pimenta, nome e endereço do fabricante, data de fabricação e validade, entre outros.


Produção de sementes

A produção de sementes de pimentas pode ser desenvolvida nas mesmas regiões e sob as mesmas condições de clima e solo recomendadas para a produção de frutos. É desejável, entretanto, buscar uma época do ano com temperaturas e umidades relativas mais baixas, para se evitar a elevada ocorrência de pragas e doenças. O clima ameno não prejudica a produção e contribui para a obtenção de sementes de alta qualidade, com menores riscos de perda de produção.
As pimentas têm flores perfeitas e reproduzem-se preferencialmente por autofecundação. Entretanto, a quantidade de polinização cruzada natural pode variar com a cultivar e com outros fatores ambientais, sendo a presença de insetos polinizadores o mais importante. O isolamento dos campos de produção de sementes de diferentes cultivares deve respeitar uma distância mínima de 300m para a classe fiscalizada. Na produção de sementes híbridas, apesar da polinização artificial ser feita antes da abertura das flores femininas maduras, recomenda-se manter a separação física de outros genótipos, devido ao risco de contaminação genética por insetos (microhimenópteros) que perfuram botões florais fechados em busca de pólen e néctar.
A área destinada à produção de sementes fiscalizadas deve variar de um mínimo de 0,2 a um máximo de 2 hectares, ser de fácil acesso, bem localizada, plana ou suavemente inclinada, arejada, de preferência não cultivada recentemente com outras Solanáceas. Deve apresentar solo leve, profundo, bem drenado, ligeiramente ácido, rico em matéria orgânica e nutrientes minerais, e estar livre de plantas daninhas, pragas e doenças limitantes para a cultura de pimenta. O preparo do solo deve ser o mais bem feito possível, iniciando pelo enterramento profundo dos restos da cultura anterior. O espaçamento entre fileiras pode ser até 50% maior do que o comumente utilizado na produção de frutos, permitindo maior facilidade na execução dos tratos culturais, maior espaço para a observação das plantas e alteração do microclima em favor da cultura.
A semeadura deve ser feita com sementes de boa qualidade genética, física, fisiológica e fitossanitária. As sementes devem ser semeadas em bandejas de isopor, com substrato adequado para a produção de mudas. Quando as plântulas apresentarem de 4-6 folhas verdadeiras podem ser transplantadas para local definitivo. O método de semeadura em sacos plásticos também tem sido muito utilizado. O tratamento químico é uma prática indispensável nesse momento, devendo-se utilizar fungicidas à base de iprodione, thiram, captan, carboxim ou tiabendazol, na dose de 3g de produto comercial por quilo de sementes. A profundidade da semeadura deve ser no máximo 1cm. São necessárias 100 a 150g de sementes para suprir a necessidade de mudas para um hectare.
Além dos tratos culturais normais, algumas práticas específicas podem ser aplicadas à produção de sementes, para alcançar melhores resultados. O estaqueamento das plantas evita o seu tombamento e garante níveis mais elevados de qualidade fitossanitária nas sementes. A desbrota das primeiras ramas laterais contribui para ventilar o colo das plantas e permite economizar energia para a formação das sementes. A eliminação de plantas atípicas da mesma espécie ou de outras espécies silvestres e cultivadas deve ser efetuada rigorosamente no início da floração e na pré-colheita. Para o controle de viroses, é indispensável combater os pulgões e outros insetos vetores.
Na produção de sementes híbridas, a flor emasculada (sem as anteras) deve ser protegida por saquinho de papel encerado ou rolete de papel alumínio, até o momento da polinização. Esta deve ser efetuada de preferência em dias claros, de pouco vento e sobretudo no final da manhã, para melhorar a eficiência de fertilização. Os saquinhos de papel devem voltar a proteger as flores após a polinização.
Para algumas cultivares, a colheita pode ser iniciada aproximadamente aos 60 dias após o florescimento ou quando mais de 80% dos frutos estiverem mudando de cor. Esta alteração indica o atingimento do ponto de maturidade fisiológica das sementes, quando são observados níveis máximos de germinação e vigor e níveis mínimos de deterioração. Recomenda-se, nessa fase, o repouso dos frutos por três dias, a sombra e a temperatura ambiente para uniformizar a maturação e facilitar a sua trituração. Sugere-se fazer primeiramente a extração de sementes dos frutos mais maduros (coloração vermelha) e posteriormente dos frutos que estão em repouso. Frutos imaturos, de coloração verde, geralmente produzirão sementes menos vigorosas ou até inférteis. As principais características a serem selecionadas e mantidas na fase de colheita, visando-se qualidade total, são o tamanho e o formato característico dos frutos da cultivar, a ausência de defeitos e a boa condição fitossanitária. A produtividade média é variável, sendo considerada normal quando alcança 150 a 200kg de sementes por hectare.
A extração das sementes pode ser feita a seco ou por via úmida. O primeiro processo é conduzido manualmente, sendo mais indicado para obtenção de sementes em pequena escala. A extração via úmida é feita mecanicamente e requer equipamentos para o esmagamento dos frutos, sendo mais utilizada em escala comercial.
O processo de secagem exige cuidados especiais. As sementes ainda úmidas devem ser colocadas para secar a sombra, em ambiente fresco e ventilado, perdendo lentamente a umidade superficial para o ambiente. A movimentação das sementes é desejável nessa fase inicial. A temperatura não deve ultrapassar os 30ºC, sob pena de se danificar o sistema de membranas das células embrionárias. Uma vez eliminada a umidade superficial, as sementes devem ser transferidas para estufas elétricas reguladas a 38ºC, onde devem permanecer de 24 a 48 horas até atingirem grau de umidade próximo a 6%.
A análise das sementes deve ser conduzida ‘sobre papel’, de acordo com as Regras para Análise de Sementes – RAS do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento - MAPA. A condição recomendada é a manutenção por 16h a 20ºC e 8h a 30ºC. A primeira contagem deve ser feita aos seis dias e a contagem final aos 14 dias após a instalação do teste. Em caso de dormência, as RAS prescrevem umedecer o substrato inicialmente com uma solução de nitrato de potássio (0,2%), em vez de água, ou fornecer luz por 8 a 16 horas.
A embalagem correta das sementes contribui para a preservação das qualidades originais do lote, fazendo com que cheguem perfeitas ao destino e apresentem um bom desempenho fisiológico na nova semeadura. As sementes de pimentas devem ser embaladas com grau de umidade de 6%, em latas ou sacos de papel aluminizado contendo 100g do produto. Nessa condição, o seu poder germinativo normalmente fica garantido pelo prazo de três anos.
O armazenamento deve ser feito de preferência em ambiente frigorificado, com temperatura próxima a 4ºC, se as sementes estiverem acondicionadas em embalagens herméticas. Secas e resfriadas, as sementes reduzem o nível interno de atividade metabólica, consomem menos energia através da respiração e mantém a sua viabilidade por períodos mais prolongados.


Custos rendimento e rentabilidade

As pimentas do gênero Capsicum destacam-se como importantes produtos do agronegócio brasileiro. Na pauta do comércio internacional de hortaliças, o volume das exportações brasileiras atingiu 8.479 toneladas no valor de US$ 17.344 mil em 2004. Em contrapartida, as importações foram de 641 toneladas no valor de US$ 1.403 mil. Desta forma, as pimentas Capsicum beneficiaram a balança comercial brasileira com um superávit US$ 15.941 mil. Comparando-se com o ano 2000, verifica-se que as exportações aumentaram em volume (22,1%) e em valor (43,0%).
Em razão da elevada capacidade de geração de emprego e renda, principalmente para os pequenos produtores, as pimentas Capsicum posicionam-se dentro da agricultura brasileira como culturas de elevada importância socioeconômica.
Foi levantada a eficiência econômica de diferentes sistemas de produção de pimentas Capsicum praticados por pequenos produtores de diferentes regiões do País. Foram considerados os coeficientes técnicos e os custos de produção das pimentas mais valorizadas pelo agronegócio brasileiro, como ‘Tabasco’, ‘Malagueta’, ‘Dedo-de-Moça’ (ou ‘pimentas vermelhas’, uma denominação regional) e ‘Jalapeño’. As informações foram coletadas por pesquisadores e extensionistas diretamente nas áreas de produção de Piracanjuba-GO (‘Malagueta’); Turuçu-RS (‘Dedo-de-Moça’); Ouvidor-GO (‘Jalapeño’); e Crato-CE (‘Tabasco’). Levando-se em conta as informações sobre os coeficientes técnicos e custos de produção, utilizou-se o método de orçamentação parcial para realização das análises econômicas. Este método, comumente utilizado em análises de perfil, fornece os indicadores econômicos básicos para uma cultura e, em geral, é aplicado em análises estáticas comparativas de culturas ou ciclos de produção (Perrin et al., 1985; Scolari et al., 1985; Snodgrass & Wallace, 1993; Laiard & Glaister, 1996; Embrapa, 2002; Andrews & Reganold, 2004).
Os custos de produção de pimenta ‘Tabasco’ e ‘Jalapeño’ foram levantados em 2001 (Tabela 1). Nestes sistemas operacionalizados por pequenos produtores, os custos de produção por hectare são relativamente baixos, quando comparados aos custos de outras hortaliças. No sistema de produção de pimenta ‘Tabasco’, o item que mais onerou os custos de produção são os insumos (66,11%), principalmente os adubos químicos (33,4%) e as sementes (20%), que em geral são importadas. O sistema de produção de pimenta ‘Jalapeño’ também tem os custos de produção mais onerados pelos insumos (41,2%), apresentando maior peso na composição dos custos operacionais os adubos químicos (19,3%) seguidos pelas mudas, que em geral são adquiridas de produtores especializados.
Os sistemas de produção de pimenta ‘Dedo-de-Moça’ e ‘Malagueta’ (Tabela 2) foram levantados em 2002. Estes sistemas são conduzidos de maneira simples, com baixo nível tecnológico e os custos variáveis de produção também são baixos, não chegando a R$ 4.000,00. A produção da pimenta ‘Dedo-de-Moça’ tem os custos de produção mais onerados pela mão-de-obra (60,8%). Esta pimenta é utilizada desidratada como pimenta seca do tipo “calabresa”. As pimentas ‘Malagueta’ são muito utilizadas para a confecção de molhos e conservas. Os pimentais são explorados por um período de dois anos. Tanto no primeiro como segundo ano são empregadas tecnologias simples, os sistemas são intensivos em mão-de-obra, sendo este o item que mais onera os custos no segundo ano (53,1%). No primeiro ano, os insumos são o grupo que mais pesa na composição dos custos no primeiro ano de exploração (47,2%). As sementes utilizadas na produção de mudas são colhidas nos pimentais dos próprios produtores.
Os indicadores básicos fornecidos pelas análises econômicas permitem afirmar que todos os sistemas são eficientes do ponto de vista técnico-econonômico (Tabela 3). A rentabilidade das pimentas em todos os sistemas foram maior do que 1, indicando que cada unidade monetária (UM) aplicada na cultura retornou ao produtor em valores que variam de 1,72 UM para a pimenta ‘Tabasco’, alcançando até 2,24 UM para a pimenta ‘Malagueta’ no segundo ano. No caso da ‘Malagueta’ cultivada no segundo ano, esta etapa representa a exploração final do pimental e o produtor faz aplicações mínimas de insumos, sendo a mão-de-obra para colheita e acondicionamento o fator mais intensivo. Desta forma, os custos tornam-se mínimos e facilmente diluídos pela produtividade obtida, o que proporciona elevada margem de lucro ao (55,3%) ao produtor. Observa-se pelo ponto de equilíbrio da produção comercial que em todos os sistemas a produtividade apresentou significativa capacidade de diluir os custos variáveis da produção, portanto os sistemas considerados, apesar de empregar tecnologias simples, são todos eficientes do ponto de vista técnico-econômico. Esses sistemas podem se tornar ainda mais lucrativos com a utilização de materiais genéticos mais potentes associados à inovação da base técnica do produtor.
O cultivo de pimentas Capsicum deve ser recomendado para agricultura familiar como alternativa de diversificação da produção. A exploração de pimentas Capsicum, além de representar uma fonte importante de geração de emprego e renda na agricultura, são produtos que agregam valor na forma processada e detém amplas oportunidades de mercado, tanto na forma in natura como processada.
  Tabela 1. Custo de produção de pimentas ‘Tabasco’ em Crato-CE e ‘Jalapeño’ em

Tabasco
Jalapeño

Unid.
Quant.
Total
(R$)
Part.
(%)
Quant.
Total
(R$)
Part.
(%)
1. Insumos
Sementes
kg
1
768,00
19,99
0
0,00
0,00
Mudas
mil
0
0,00
0,00
32,23
483,75
12,18
Corretivos de solo
t
0
0,00
0,00
2
34,00
0,86
Adubos orgânicos
t
2
400,00
10,41
0
0,00
0,00
Adubos químicos
t
1,8
1.282,00
33,37
1,9
764,90
19,26
Herbicidas
lt
0
0,00
0,00
0
0,00
0,00
Inseticidas
kg, lt
2
40,00
1,04
12,5
187,00
4,71
Fungicidas
kg, lt
2
40,00
1,04
10,5
161,60
4,07
Espalhante adesivo
lt
2
10,00
0,26
2
6,00
0,15
Subtotal 1







2. Serviços
Dias/Homens
DH
153
918,00
23,89
26,5
265,00
6,67
Horas máquinas
HM
4
100,00
2,60
62,50
867,25
21,83
Subtotal 2







Outros Custos
Baldes e sacos
Unid.
8
44,00
1,15
1500
975,00
24,55
Energia p/ irrigação
KW
1200
240,00
6,25
0
150,00
0,00
Juros de Custeio
-
0
0,00
0,00
-
150,00
4,84
Transporte (carregamento)
t
0
0,00
0,00
30
0,00
0,88
Subtotal 3
0
0
284,00
7,39
-
1.202,36
30,27
Custo Variável Total =
-
-
3.842,00
100,00
-
3.971,86
100,00
(Subtotais 1+2+3)







  Tabela 2. Custos de produção de pimenta ‘Dedo-de-Moça’ em Turuçu-RS e ‘Malagueta’ em Piracanjuba-GO, 2002.  
Sistemas de Produção  
‘Dedo-de-Moça’1      
 ‘Malagueta’     
 1° Ano   
 2° Ano   
 Unid.
 Quant.
 Total
(R$)
 Part.
(%)
 Quant.
 Total
(R$)
 Part.
(%)
 Quant.
 Total
(R$)
 Part.
(%)
1.Insumos
 Sementes, mudas
 mil
 15
 180,00
 4,72
 13
 260
 6,53
 0
 0
 0,00
Corretivos solo
t
 0,7
 84,00
 2,20
 1
 59
 1,48
 0
 0
 0,00
Adubos orgânicos
 8
 480,00
 12,57
20 
 300
 7,53
 0
 0
 0,00
Adubos químicos
 t
 0,465
 452,25
 11,85
 1,5
674,72 
 16,95
 13
 29,72
 1,54
Herbicidas
L
 0,3
 4,20
 0,11
 0
 0
 0,00
 0
 0
 0,00
Inseticidas
 kg, L
1,26 
57,60 
1,51 
21 
365,2 
9,17 
20,5 
365,2 
18,90 
Fungicidas
kg, L 
1,8 
88,20 
2,31 
218,8 
5,50 
218,8 
11,33 
Subtotal 1
 -
 -
 1346,25
 35,27
 -
1877,72 
47,16 
 -
 613,72
 31,77
 2. Serviços        
Dias/Homens
 DH
 110
 1650,00
43,22 
92 
 1104
 27,73
 78
 1026
 53,11
 Horas máquinas
 HM
 17,9
 671,25
 17,58
 16
 640
 16,07
 -
 -
 0,00
Subtotal 2
 -
 -
 2321,25
 60,81
 -
 1744
 43,80
 -
 1026
 53,11
Outros Custos
 -
 -
 -
 -
 -
 -
 0,00
 -
 -
 -
 Baldes e sacos
 -
 -
 150,00
 3,93
 -
 210,03
 5,27
 -
 209,1
 10,82
 Óleo Diesel
 -
 -
 0,00
0,00 
 183
150,03 
 3,77
 100
 83
 4,30
 Subtotal 3
 -
 -
 150,00
 3,93
 360,06
 9,04
 -
 292,1
 15,12
Custo Variável Total =
 -
 3.817,50
 100,00
 -
 3.981,78
 100,00
 -
 1931,8
100,00 
 (Subtotais 1+2+3)










 
Indicadores/ Sistemas
‘Dedo-de-Moça’
‘Malagueta’
‘Tabasco’
‘Jalapeño’
1° Ano
2° Ano
Produtividade pimenta fresca (kg/ha)
10.000,00
4.000,00
2.400,00
10.000,00
30.000,00
Custos variáveis totais (R$)
3.817,50
3.981,78
1.931,82
3.842,00
3.971,86
Conversão matéria prima/ produto (kg/1kg)
8,00
-
-
-
-
Produvidade em produto processado (kg)
1.250,00
-
-
-
-
Custo unitário do produto processado (R$/kg)
3,05
-
-
-
-
Custo unitário pimenta fresca
-
1,00
0,80
0,38
0,13
Preço recebido (pimenta fresca)
5,50
1,80
1,80
0,66
0,23
Renda bruta (R$)
6.875,00
7.200,00
4.320,00
6.600,00
6.900,00
Renda líquida (R$)
3.057,50
3.218,22
2.388,18
2.758,00
2.928,14
Margem de lucro (%)
44,47
44,70
55,28
41,79
42,44
Rentabilidade (UM)
1,80
1,81
2,24
1,72
1,74
Ponto de equilíbrio da produção comercial (kg)
694,09
2.212,10
1.073,23
5.821,21
17.268,96
Taxa de retorno (%)
80,09
80,82
123,62
71,79
73,72


Glossário

Abortamento: queda prematura de flores ocasionada por falta de polinização ou por altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, não havendo a formação de frutos.
Ação bactericida: produto que previne ou reduz o desenvolvimento de bactérias.
Acaricidas: produto químico que tem ação contra ácaros.
Ácaros: aracnídeos microscópios, parentes das aranhas e escorpiões, que atacam as plantas, causando redução de crescimento e deformação das folhas e frutos.
Adensamento: técnica de plantio que aumenta o número de plantas por área, sendo possível aumentar a produtividade e a produção total, embora a produção por planta possa diminuir.
Adubação básica de plantio: adubação realizada no momento do plantio, em geral com adubos químicos NPK.
Adubação desbalanceada: adubação realizada sem critério ou sem estar baseada na análise de solo, e que pode causar deficiência ou toxidez por falta ou excesso de algum nutriente.
Adubação foliar: adubação realizada com adubo líquido, pulverizado sobre as plantas, principalmente em direção às folhas.
Adubações de cobertura: adubação realizada após o plantio ou semeadura, ao longo do desenvolvimento da planta, em intervalos definidos em função das necessidades da mesma.
Aeração do solo: circulação do ar nos espaços do solo, essencial a respiração das raízes das plantas e demais organismos vivos.
Afídeos: nome genérico de numerosos insetos homópteros, que inclui os pulgões.
Agressividade: capacidade relativa de patógenos (fungos, bactérias, vírus, nematóides) de causar doença em plantas em menor espaço de tempo.
Agroecossistema: entidades regionais manejadas de forma a produzir alimentos e outros produtos agrícolas, e que inclui plantas, animais domésticos, elementos bióticos e abióticos do solo, fontes de água e as áreas adjacentes.
Agronegócio: atividades comerciais e econômicas relacionadas com produtos agrícolas; tradução do termo em Inglês ‘agribusiness’.
Agrotóxicos: produtos químicos, com diferentes níveis de toxidez, utilizados na agricultura convencional para combater o ataque de fungos, bactérias, ervas daninhas, insetos e outras pragas.
Alcalóide: substância orgânica natural nitrogenada, encontrada em vegetais, com pronunciada ação fisiológica sobre animais.
Aliáceas: família botânica que inclui a cebola, alho e cebolinha.
Análise de solo: refere-se à determinação química, física e microbiológica do solo, para estimar as propriedades pertinentes ao seu uso como suporte para o crescimento das plantas. É um procedimento de avaliação da fertilidade do solo, considerada um dos melhores parâmetros disponíveis para o diagnóstico dos níveis de nutrientes antes do plantio, possibilitando corrigir a limitação nutricional naquela safra.
Anéis concêntricos: sintoma típico de algumas doenças causadas por fungos, como Alternaria, e por vírus (Vírus do Vira Cabeça do Tomateiro). São vários círculos sobrepostos com um centro em comum.
Antera: parte da flor que produz o pólen; componente dos estames, a porção masculina da flor.
Antese: período de abertura da flor.
Antocianina: pigmento que confere coloração arroxeada às diferentes órgãos das plantas, como frutos, folhas e caules.
Apical: ápice, ponta, topo ou parte mais alta de qualquer objeto ou ser. No caule e na raiz, a porção contendo o meristema apical.
Arquitetura da planta: forma e tamanho da planta.
Arranquio: ato de arrancar, remover completamente do solo uma planta, por exemplo
Artrópodes: filo ou classificação que compreende vários animais invertebrados, como os insetos, ácaros, aranhas, escorpiões, camarões, entre outros.
Aspecto encharcado: sintoma de doença em que uma porção da folha fica mais escura; anasarca.
Aspersão: método de irrigação baseado na aplicação de água na forma de pequenas gotas em todas as direções simultaneamente.
Aspersores: equipamento de irrigação utilizado para aplicar água na forma de aspersão.
Atípico: que se apresenta de uma forma diferente da esperada, como um sintoma de doença ou formato de fruto, por exemplo.
Atividade metabólica: conjunto de mecanismos químicos necessários à formação do organismo, ao desenvolvimento e renovação de estruturas celulares, à produção de energia para manifestações interiores e exteriores de vida, assim como às reações bioquímicas.
Autofecundação: modo de reprodução sexuada onde os gametas masculinos e femininos são oriundos do mesmo indivíduo, ou seja, fertilização da flor com o pólen da mesma planta.
Autógamas: plantas autógamas (ou espécies autógamas) se reproduzem predominantemente por autofecundação.
Axilas das folhas: ângulo formado por folha, galho ou outro órgão vegetal com o eixo (galho etc.) no qual se encontra inserido.

B

Bactérias: grande grupo de organismos microscópicos unicelulares; algumas causam doenças em plantas e outras são benéficas porque atuam na decomposição de matéria orgânica.
Baga: nome genérico dos frutos simples, com mais de uma semente, como tomate, pimentões e pimentas.
Balanço hídrico: estimativa detalhada da diferença entre a disponibilidade e a demanda de água dentro de uma bacia hidrográfica.
Bifurcações do caule: ramificações do caule, com a formação de galhos secundários.
Bloco de resistência elétrica: blocos construídos de gesso ou outro material que medem a resistência do solo à passagem da corrente elétrica, a qual é correlacionada com a umidade e o potencial do solo, devendo ser calibrado para diferentes tipos de solo.
Bocais: tubo curto que se adapta a orifício feito em um reservatório e destinado a regularizar um jato de água.
Broca: nome genérico dado a larvas e insetos adultos que fazem furos ou túneis em produtos hortícolas (frutos, raízes, caules).


C

Caixas K: embalagem de madeira de pinho utilizada como padrão de comercialização para hortaliças no Brasil.
Calcário: todas as substâncias que contêm o elemento químico cálcio, e que adicionado ao solo reduz a acidez da terra.
Calcário dolomítico: rocha que contem carbonato duplo de cálcio e teor de Magnésio acima de 12%.
Cálice: conjunto de peças foliáceas (semelhante a folhas), geralmente verde, circundado as pétalas da flor.
Camalhão: porção de terra levantada com arado para proteção do solo contra a erosão da chuva.
Campanulado: que tem forma de sino.
Capacidade de campo: quantidade de água contida no solo, após ter sido drenado o excesso de água gravitacional e após ter diminuído muito a velocidade do movimento descendente da água.
Capsaicina: substância responsável pela sensação de ardência ou pungência dos frutos das pimentas.
Capsicum: gênero de plantas da família das Solanáceas, que inclui os pimentões e pimentas, e materiais selvagens e semi-domesticados.
Capsicum annuum: espécie domesticada do gênero Capsicum a qual pertence o pimentão, a pimenta doce do tipo 'Americana' e as pimentas picantes dos tipos 'Jalapeño' e 'Cayenne'.
Capsicum bacccatum: espécie domesticada do gênero Capsicum a qual pertence as pimentas 'Dedo-de-Moça' e 'Cambuci'.
Capsicum chinense: espécie domesticada do gênero Capsicum a qual pertence as pimentas 'De Cheiro', 'Bode', 'Cumari-do-Pará' e 'Murupi'.
Capsicum frutescens: espécie domesticada do gênero Capsicum a qual pertence as pimentas '‘Malagueta’' e 'Tabasco'.
Capsicum pubescens: espécie domesticada do gênero Capsicum, que não ocorre naturalmente no Brasil, a qual pertence a pimenta 'Rocoto'.
Cápsula: fruto seco deiscente (que se abre por fendas).
Características morfológicas: características de formas e estruturas de órgãos vegetais (caule, folhas, flores, frutos, sementes etc.).
Cayenne: tipo de pimenta pertencente à espécie Capsicum annuum, que apresenta frutos alongados, de coloração vermelha quando maduros, de polpa fina e com muita semente, ideal para produção de pimenta calabresa (pimenta desidratada em flocos com sementes).
Célula embrionária: célula formada após a fecundação do óvulo pelo gameta masculino (pólen).
Centro de diversidade: região geográfica que contem uma concentração da diversidade genética de uma ou mais espécies.
Centro de origem: região onde o ancestral silvestre de uma espécie distribui-se em estado nativo. Na concepção de Vavilov, o centro de origem de uma espécie equivalia à região onde o ancestral silvestre exibia maior diversidade genética para um número seleto de características, diminuindo a variabilidade à medida que se deslocava para a periferia da distribuição.
Clorose: doença ou anomalia das folhas, que tornam-se amarelecidas.
Clorótica: aspecto de coloração amarelada nas partes verdes, e cuja causa mais importante é a carência de elementos nutritivos indispensáveis.
Cobertura morta: restos vegetais que são deixados sobre o solo para protegê-lo da ação do sol, vento e chuvas.
Coleópteros: ordem de insetos, que incluem besouros e gorgulhos.
Colo das plantas: zona de transição entre a raiz e caule já manifestada na planta jovem.
Condimento: qualquer produto que serve para temperar, aromatizar ou colorir alimentos; tempero.
Constrição anelar: pressão circular que reduz o diâmetro de um objeto, ou órgão.
Copa das plantas: ramagem superior de uma planta, que forma uma superfície convexa.
Cornículos: órgãos ou partes vegetais cujo aspecto recorda o de um chifre minuto.
Corola: conjunto de pétalas de uma flor.
Crisomelídeos: família de pequenos coleópteros arrendondados ou ovais, como a joaninha e a vaquinha.
Cruzamento: ato ou efeito de cruzar-se; acasalamento de linhagens geneticamente diversas.
Cucurbitáceas: família botânica que incluem várias hortaliças, como abóbora, moranga, abobrinha, pepino, melão , melancia e chuchu.
Cultivares: variedade cultivada; grupos de indivíduos de uma espécie com características de planta e frutos semelhantes.
Cultivo protegido: cultivo de plantas em casas-de-vegetação, em especial as cobertas com plástico; no Brasil, a maior parte visa a proteção contra excesso de chuvas.

 
D

Deficiências nutricionais: falta ou carência de minerais em organismos vegetais ou animais.
Déficit: deficiência ou falta de algo.
Delgada: de pouca espessura; fina.
Deltóide: que tem forma de delta; configuração triangular.
Densidade populacional: concentração de população.
Dentados: recortado em dentes.
Desbaste: eliminação de plantas, poda de ramos ou folhas, ou retirada de frutos para melhorar o rendimento das plantas.
Desbrota: retirada de brotos e brotações laterais das plantas.
Descarte: ato ou efeito de se descartar ou rejeitar algo.
Desfolha: perda das folhas ou pétalas.
Desinfestação: ação que elimina ou inativa patógenos no ambiente ou na superfície de uma planta antes que ocorra a infecção.
Deterioração: dano, ruína, degeneração.
Diagnóstico: conhecimento ou determinação de uma doença pelos sintomas e/ou exames diversos.
Dicotomia: tipo de ramificação vegetal em que a ponta do órgão (caule, raiz etc.) se divide rapidamente em duas porções idênticas.
Disformes: desconforme, desmedido, descomunal, fora do comum.
Dispersão: ato ou efeito de dispersar-se; fazer ir para diferentes partes; espalhar-se para diversos pontos.
Disseminação: transporte de inóculo de uma planta doente para uma planta sadia.
Distúrbios fisiológicos: alterações nas funções orgânicas, processos ou atividades vitais de organismos vivos.
Diversidade: variabilidade; existência de diferentes formas em qualquer nível ou categoria.
Doenças: distúrbio causado por microorganismos (fungos, bactérias, vírus) e nematóides que interferem no desenvolvimento e produção das plantas.
Dormência: condição física ou fisiológica de uma semente viável, que previne a germinação mesmo na presença de outras condições favoráveis.
Dossel das plantas: projeção vertical da parte aérea das plantas.

E

Efeito tóxico: resultado ou consequência de um produto tóxico em um organismo vivo.
Élitro: asa anterior de coleópteros, sem nervuras e de consistência córnea.
Emasculada: retirada das anteras ou dos gametas masculinos de uma flor.
Enfezamento: raquitismo, atrofiamento.
Escabeches: molho ou conserva de temperos refogados (especialmente cebola) aos quais se adiciona vinagre e azeite.
Espécie: grupo de indivíduos similares que difere de outros conjuntos semelhantes de indivíduos. Em organismos que se reproduzem sexuadamente, é o grupo de máximo intercruzamento que se encontra isolado de outras espécies por esterilidade ou por incapacidade reprodutiva.
Espécie domesticada: espécie silvestre manipulada pelo homem que influencia e direciona seu processo evolutivo para atender às necessidades de sobrevivência da humanidade.
Espécie silvestre: espécie que ocorre em estado selvagem na natureza e que não passou pelo processo de domesticação.
Espécie suscetível: espécie sensível a doenças ou passível de ser modificada.
Espinho: parte de um caule ou de uma folha transformada em ponta aguda e rija.
Esporos do fungo: unidades reprodutivas dos fungos, que pode ser constituído por uma ou mais células; equivale às sementes de uma planta.
Estádios de floração: estágio ou período de florescimento de uma planta.
Estande: número de indivíduos por unidade de área.
Estaqueamento: ato ou efeito de estaquear, segurar ou firmar com estacas.
Estiolamento: alteração de plantas que vegetam em lugar escuro ou são privadas de luz, e que se caracteriza pelo descoramento e amolecimento dos tecidos ao atingirem certo grau de crescimento.
Estirpe do vírus: um grupo de isolados de vírus que tem em comum a maior parte dos antígenos.
Estresse: conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa, e outras capazes de perturbar-lhe a estabilidade.
Estresse nutricional: reação do organismo à escassez ou ao excesso de nutrientes.
Evapotranspiração: soma das quantidades de água perdidas em um terreno cultivado com uma cultura agrícola, representada pela taxa de evaporação da água do solo mais a água da transpiração das plantas.
Exsudato: líquido animal ou vegetal que atravessa poros e se deposita nas superfícies.

F

Família: grupo sistemático (taxon) composto de gêneros, muito afins, presumivelmente oriundos de ancestrais comuns.
Fasciculada: arranjada em feixe, como p. ex.: as raízes fasciculadas das gramíneas (capim).
Fase larval: primeiro estado dos insetos, depois de saírem do ovo.
Fertilização: fusão dos núcleos dos gametas (células reprodutivas) masculino e feminino.
Fertirrigação: utilização da água de irrigação como veículo para a aplicação de fertilizantes.
Flores perfeitas: é formada de fora para dentro por cálice (conjunto de sépalas), corola (conjunto de pétalas), androceu (parte masculina da flor) e gineceu (parte feminina da flor).
Focos de doença: ponto de infecção de doenças microbianas; fonte de doença/infecção.
Folhagem variegada: ocorrência de outras cores, além do verde, numa mesma folha.
Formas ápteras: formas de insetos ou outro organismos sem asas.
Fotoperíodo: efeito do número de horas com luz sobre o florescimento e outros processos fisiológicos da planta.
Fotossíntese: processo fisiológico fundamental para as plantas que transforma luz em energia.
Frigorificado: submetido ao frio para conservar.
Fumagina: revestimento fuliginoso, escuro, formado por fungos na superfície de órgãos aéreos das plantas.
Fungicida: produto ou composto que tem ação tóxica contra fungos; agrotóxico.
Fungicidas cúpricos: fungicidas a base de cobre.
Fungos: microorganismos saprófitas ou parasitas, cujas células são organizadas em filamentos (hifas) e se multiplicam por grande número de tipos de esporos.

G

Galhas: deformações causadas por nematóides nas raízes de plantas; conhecidas popularmente por pipocas.
Gênero: subdivisão de família; no caso das pimentas, seu gênero é Capsicum.
Genética: ramo da biologia que estuda as leis da transmissão de caracteres hereditários no indivíduos, e as propriedades das partículas (genes) que asseguram essa transmissão.
Genótipos: conjunto de genes de indivíduo; grupo de indivíduos de constituição genética igual.
Germinação: início do desenvolvimento da planta a partir de embrião da semente.
Gradagem de nivelamento: operação de gradar (aplanar) a terra para o nivelamento da mesma.
Gramíneas: família botânica de plantas monocotiledôneas, da ordem glumiflora, que engloba vegetais conhecidos vulgarmente como capins e bambus. Numerosas são as gramíneas de valor econômico: milho, trigo, arroz, cana, aveia etc.
Granizo: tipo de precipitação atmosférica na qual gotas de água se congelam ao atravessar uma camada de ar frio, caindo sob a forma de pedras de gelo; chuva de pedra.
Grupos varietais: subdivisão das espécies fundadas nas leves diferenças entre indivíduos de uma mesma espécie.

H

Haste lenhosa: órgão de sustentação e condução de seiva bruta nos caules.
Herbicida: substância ou mistura de substâncias destinadas a destruir ou impedir o desenvolvimento de espécies vegetais.
Hermafrodita: em planta, é a flor que reúne o aparelho masculino (androceu) e o feminino (gineceu) na mesma peça.
Hermética: inteiramente fechada, de maneira que não deixa entrar ar.
Híbrido: produto de cruzamento entre dois ou mais indivíduos geneticamente distintos.
Higrômetro: equipamento utilizado para medir a umidade relativa do ar.
Homogêneo: cujas partes ou unidades não apresentam ou quase não apresentam desigualdades.
Hospedeira: espécies em que um parasita pode se desenvolver.

I

Imunológico: relativo a imunologia; mecanismos pelos quais o organismo é capaz de reconhecer e eliminar as substâncias estranhas à sua composição.
In natura: expressão latina que significa produto ao natural, sem processamento.
Incorporação: ato ou efeito de incorporar-se; agrupamento, inclusão.
Infecção: estabelecimento de um parasita ou patógeno em uma planta.
Infértil: que não é fértil; estéril, infecundo.
Infestação: pode referir-se à presença de um grande número de insetos, ácaros e nematóides em uma área; também pode significar contaminação superficial das plantas, ferramentas ou caixas com bactérias e fungos, por exemplo.
Injúria por frio: danos causados a plantas ou órgãos da s plantas quando os mesmos são submetidos a baixas temperaturas.
Injúrias mecânicas: traumatismos ou danos produzidos em geral por força externa.
Insetos: animais que possuem o corpo dividido em anéis ou segmentos, geralmente possuem três pares de pernas e asas.
Insetos polinizadores: insetos que polinizam flores; transportam grão-de-pólen da antera (parte masculina) para o estigma (parte feminina) da flor.
Insetos vetores: insetos condutores ou portadores de doenças; insetos capazes de transmitir doenças.
Instar: fase do desenvolvimento dos insetos.
Íons: átomo ou grupamento de átomos com excesso ou com falta de carga elétrica.
Irrigação: aplicação artificial de água no solo, com a finalidade de melhor desenvolvimento da planta.

J

Jalapeño: tipo varietal de pimenta picante pertencente à espécie Capsicum annuum, originária da região de Jalapa no México.
Junção do pedicelo: ponto de união entre o caule da planta e a haste que sustenta a flor ou fruto.

L

Lagarta: designação comum às larvas dos insetos lepidópteros; primeira fase da vida das borboletas até a metamorfose em crisálida.
Lagarta-rosca: lagarta que ataca o colo das plantas a noite, enterrando-se no solo durante o dia. Quando tocadas, enrolam-se rapidamente, permanecendo certo tempo como se estivessem mortas.
Lâmina de água: quantidade de água expressa como altura acumulada sobre uma superfície plana e impermeável, na ausência de evaporação, expressa em milímetros (mm). Assim, 1 mm (0,001 m) de água aplicado em 1 hectare (10.000 m2) representa um volume de 100.000 litros (10 m3), ou seja, 0,001 m x 10.000 m2 = 10 m3.
Lanceolado: cujo feitio é semelhante ao de uma lança.
Lanhadas: feridas; deturpada, alterada.
Latossolo: solo que possui horizonte B latossólico imediatamente abaixo do horizonte A.
Lenho: xilema secundário.
Linhagem: grupos de indivíduos que têm uma ascendência comum.
Lixiviação: é a remoção de materiais em solução do perfil do solo ocupado pelas raízes, causada pela movimentação da água da chuva ou irrigação.
Lobos das pétalas: segmento dos órgão foliáceos que se caracterizam por ser um pouco profundo, não alcançando a metade entre a margem e o eixo central.
Lote: determinada quantidade de objetos, geralmente da mesma natureza.


M

Mandíbulas:
cada uma das duas peças móveis e duras que ladeiam a boca de certos insetos.
Matéria orgânica: compreende os resíduos vegetais (raízes e parte aérea) e animais (incluindo os excrementos) em variados estádios de decomposição, em estreita relação com os constituintes minerais do solo. Representa importante papel no solo, melhorando suas condições físicas e químicas, servindo de fonte de elementos minerais.
Medula: porção parenquimatosa e central do caule e ás vezes da raiz das plantas superiores.
Melhoramento genético: qualquer tentativa feita pelo homem para controlar e manter as características hereditárias das plantas, para suprir melhor as suas necessidades.
Microclima: clima detalhado de uma área muito pequena da superfície terrestre, como determinada floresta ou campo cultivado.
Microorganismos: são minúsculos organismos representados por fungos, bactérias, vírus, algas e protozoários.
Microorganismos antagônicos: microorganismos, como os fungos Trichoderma e Penicillium, ou as bactérias dos gêneros Pseudomonas e Bacillus, capazes de controlar parcial ou totalmente, populações de patógenos.
Mosaico: sintoma causado por vírus nas folhas caracterizado por manchas de cor mais clara intercaladas com cores mais escuras.
Mulching: cobertura de canteiros com filmes plásticos para controle de ervas daninhas e manutenção da umidade do solo.

N

Necrose: morte que ocorre em tecido ou órgão e que pode variar em extensão, de células individuais ou grupos de células, a pequenas ou grandes áreas.
Néctar: líquido açucarado que as plantas secretam em várias de suas partes, ditas nectários.
Nematóides: pequenos organismos filamentosos que geralmente atacam as raízes das plantas, ocasionando galhas e ferimentos, reduzindo o desenvolvimento das plantas.
Nervuras: cordão exteriormente visível na superfície das folhas, constituído pelos feixes vasculares que s irrigam.
Nó: porção do caule ou do ramo onde se inserem as folhas e as flores.

O

Oleorresina: produto obtido a partir de matérias vegetais brutas por extração com solventes orgânicos.
Ovalado: que tem forma oval.
Oviposição: ato de por ovos das fêmeas de insetos.

P

Páprica:
tempero em pó feito com pimentão vermelho; usada com corante natural pela indústria de alimentos.
Parasita: organismo que vive sobre ou no interior de outro organismo vivo (hospedeira), de onde retira o alimento necessário para sua sobrevivência
Parasitóides: organismos que necessitam de outro indivíduos hospedeiros para completar seu desenvolvimento; são geralmente utilizados como agentes de controle biológico.
Parede: denominação genérica de formação que limita uma célula, um órgão, uma cavidade etc.
Parênquima: tecido constituído de células destinadas a uma função ou mais de uma função.
Patógeno: organismo causador de doenças em plantas, como fungos, bactérias, vírus e nematóides.
Pedicelo: haste que sustenta uma flor ou fruto, ligando-os à planta; ‘cabinho’.
Pedúnculo: pequena haste que suporta uma flor ou um fruto.
Pepper foam: produto a base de pimenta usado para autodefesa porque quando aplicado no rosto do agressor dificulta a visão.
Pepper spray: agente químico a base de capsaicina usado pela polícia de alguns países ou como autodefesa por indivíduos.
Percevejos: designação comum aos insetos da ordem dos hemípteros cujas asas anteriores são metade córneas e membranosas, e cujo parelho bucal é sugador.
Pesticidas: produtos químicos utilizados na produção agrícola; agrotóxicos.
Pétalas: cada uma das peças que constituem a corola da flor. São folhas modificadas de coloração branca ou diversamente coloridas.
Pilosidade: qualidade de piloso; formação de pêlos; que tem pêlos.
Pimenta Habanero: tipo varietal de pimenta originária do México, muito picante, pertencente à espécie C. chinense.
Piper: gênero da pimenta-do-reino, também conhecida como pimenta preta, cultivada na Amazônia brasileira.
Placa quitinosa: placa que contem quitina. Substância que reveste os animais artrópodes em geral.
Placenta: tecido da folha carpelar sobre o qual se desenvolvem os óvulos, que ali ficam inseridos.
Plântula: planta em estado de vida latente, na semente; planta em embrião.
Poder germinativo: capacidade de germinar de uma semente.
Podridão apical: distúrbio fisiológico caracterizado por uma necrose escura e deprimida na região apical dos frutos em função da deficiência de cálcio na planta e/ou no solo.
Pólen: estrutura onde está o gameta masculino das plantas que produzem flores.
Polífagos: insetos da ordem dos coleópteros.
Polinização artificial: polinização feita manualmente pelo homem.
Polinização cruzada: transporte do grão-de-pólen de um indivíduo para o estigma (parte feminina) da flor de outro indivíduo.
Polpa: parte carnosa dos frutos e raízes etc.
População: grupo de indivíduos que compartilham de um mesmo grupo de genes.
Pontuações necróticas: pontos de necrose nos tecidos de plantas.
Pós-colheita: fase da produção de plantas que compreende todos os processos desde a colheita até o consumo de produtos hortícolas
Potássio: macronutriente essencial à planta.
Potyirus: vírus de plantas transmitido por pulgões de modo não-circulativo.
Pragas: em um sentido amplo, todos os insetos e patógenos (fungos, bactérias, vírus, nematóides) que causam danos às plantas; no sentido mais restrito, refere-se somente aos insetos e artrópodes.
Precipitados insolúveis: sólido que se forma e se deposita no seio de uma solução líquida.
Pré-colheita: fase que compreende todos os processos desde a semeadura ou plantio até a colheita de produtos hortícolas.
Predadores: diz-se do, ou o ser que destrói outro com violência.
Pré-plantio: anterior ao plantio; aplicação de herbicida antes da semeadura ou do plantio da cultura.
Pressão de serviço: valor médio da pressão da água no bocal do aspersor, expressa em KiloPascal.
Processo vegetativo: diz-se de qualquer atividade vital das plantas que não se refere à reprodução.
Proteção plástica: o mesmo que estufa; estrutura coberta com filme plástico que protege a cultura de plantas de temperaturas baixas e de chuvas em excesso.
Pulgões: inseto homóptero que se alimenta de vegetais, aos quais transmite doenças.
Pungentes: que punge; lancinante, doloroso; picante.
Pupação: transformar-se em pupa.
Pupa: terceiro estágio de insetos com metamorfoses completas; estágio normalmente inativo do animal, sem se alimentar, que precede o de adulto.

R

Radiômetros: instrumento medidor de radiação eletromagnética ou acústica.
Ramas laterais: conjunto de ramos laterais de uma planta.
Ramos vegetativos: galhos da planta que não produzem flores e frutos.
Reboleira: forma de ocorrência de doenças de solo que ataca plantas em áreas definidas, facilmente visualizadas no campo.
Região peduncular: região do pedúnculo da flor e/ou do fruto.
Reprodução: ato ou efeito de reproduzir-se.
Resistência: propriedade de algumas plantas em impedir ou retardar o desenvolvimento de doenças.
Roguing: remoção de indivíduos indesejáveis para purificar uma população.
Rotação de culturas: seleção de uma cultura agrícola distinta para o próximo plantio, de preferência de uma família botânica diferente (ex: área cultivada com pimenta ou pimentão, da família das solanáceas, pode ser sucedido por milho, da família das gramíneas.

S

Saco de aniagem: saco feitos algodão, com 50-60kg de capacidade, comumente usados para açúcar e outros produtos agrícolas.
Sanidade: qualidade ou estado de são; salubridade; higiene; normalidade física.

Sementes híbridas:
semente obtida do cruzamento de dois indivíduos distintos.
Sépalas: designação de cada uma das folhas que compõe o cálice da flor. As sépalas geralmente são verdes.
Sistema radicular: conjunto de raízes de uma planta.
Solanáceas: família de plantas superiores à qual pertence o tomateiro, o tabaco, o pimentão, várias pimentas, berinjela, batata, jiló etc.
Sólidos solúveis: substâncias sólidas que se dissolvem em água.
Solos arenosos: solos com baixo teor de argila total (inferior a 8%).
Solos argilosos: solos que apresentam alto teor de argila.
Solos salinos: solos que contém uma quantidade de sais solúveis suficientes para prejudicar a maioria das plantas cultivadas.
Substrato: material ou substância da qual as plantas, microrganismos, células, se alimentam.
Sucção da seiva: ato ou efeito de sugar a seiva (líquido complexo que circula no organismo vegetal).
Sulcos: regos abertos pelo arado, ou sulcador, para plantio.
Suscetibilidade: inabilidade de uma planta para resistir, inibir ou evitar as atividades de um patógeno, praga, ou suporta uma condição adversa do ambiente.
Suscetível: organismo que não possui habilidade para resistir ao ataque de um patógeno ou inseto.

T

Tanque Classe A: equipamento utilizado para medir a evaporação da água.
Taxonomia: estudo da classificação dos seres em categorias de várias ordens, baseado em semelhanças e diferenças entre eles, com a descrição e denominação dessas categorias.
Tecidos: conjunto de células de origem comum, igualmente diferenciados para o desempenho de certas funções, num organismo vivo.
Tensiômetro: equipamento utilizado para medir a umidade do solo.
Termômetro: equipamento utilizado para medir a temperatura.
Textura do solo: característica física do solo definida de acordo com o tamanho e a distribuição de suas partículas.
Tipo PET: garrafas de plástico feitas com ‘politereftalato de etileno’ (PET).
Tipo Venturi: dispositivo colocado no retorno da bomba que arrasta o ar na passagem da solução de modo a borbulhar e oxigenar a solução.
Tombamento: queda de mudas ou plantas causada por doenças que atacam raízes ou o colo das plantas.
Tospovírus: grupo de vírus de plantas que ataca solanáceas (pimentão, pimenta, tomate, batata) transmitido na natureza por tripés de modo persistente.
Transplante: transferência das mudas para o local definitivo de cultivo.
Tratos culturais: conjunto de operações necessários no cultivos de plantas, como capina, amarrio, desbrota, etc.
Turno de rega: intervalo entre duas irrigações
Tutoramento: ato de tutorar, amparar, conduzir uma planta por meio de uma vara ou estaca.

U

Unidades de Calor Scoville (SHU
): escala para avaliar a ardência ou pungência das pimentas desenvolvida por Wilbur Scoville nos Estados Unidos em 1912; varia de 0 (pimentões) até 300.000 (‘Habanero’).

V
Variabilidade morfológica: em plantas refere-se às variações de forma e tamanho de raízes, caules, folhas, flores, frutos, etc.
Variedade: o mesmo que cultivar; grupo de plantas cultivadas semelhantes entre si, distintas de outros grupos pelos atributos comerciais ou agronômicos.
Variedade botânica: denominação utilizada em taxonomia de plantas; subdivisão de espécie botânica.
Variegada: tipo de plantas com folhagem de várias cores, com manchas ou matizes diferentes.
Vetor: agente vivo capaz de transmitir um patógeno (fungo, bactéria, vírus) de uma planta doente para uma sadia.
Vetor de viroses: em plantas, geralmente ácaros, pulgões e tripes são os principais agentes transmissores de vírus.
Viroses: doenças causadas por vírus.
Virulência: capacidade relativa de um patógeno (fungo, bactéria, vírus, nematóide) em produzir doença.
Vírus: parasita submicroscópio que somente sobrevive quando está associado à hospedeira, composta basicamente por um ácido nucléico e proteína.